SONETOS OUTRA VEZ!

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SONETOS OUTRA VEZ!

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Caros leitores:
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Se calhar muitas pessoas conheçam a definição dum soneto, mas só poucas sabem como o fazer ou como o conceber num ambiente classicista em que tanto a forma como o conteúdo são necessariamente importantes…  E para isso, não basta ter uma trajetória sólida ou reconhecida, ou um talento artístico forçado —um paradigma hoje em dia—, é algo mais singular do que isso, mais simples, tal como o engenho, a profundidade.
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Leiam com atenção os dois poemas a seguirem, um dos quais é muito célebre e, o outro, inédito, que falam da arte própria do soneto.
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Soneto de Lope de Vega que fala sobre a própria arte de fazer sonetos .
Como fazer um soneto em cuentaunsoneto..
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Não é apenas uma suposição de que não dá para construir facilmente um soneto, não por causa da rigidez da estrutura, mas por causa da manipulação dela, e ainda mais do conteúdo. O conhecimento e a habilidade são importantes, mas não deixam de lado a dedicação e a vontade que possuem os poetas para realizarem as suas própria obras.
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É verdade que o verso livre atingira um grau vultoso e dominador nas composições dos novos “vates”, jovens ou velhos, mas isso não significa que possa, alguma vez, adiar ou, pior ainda, substituir a poesia doutrora. Além do mais, esses «escritores», concursos e instituições modernas nunca poderão eliminar um legado que ainda existe e permanece vivo.
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Deve-se levar em conta que algumas estruturas clássicas inventadas ou simplesmente espalhadas em todos os continentes a partir do Renascimento italiano estão, após algumas correntes literárias, no esquecimento total —o epigrama, a epístola em verso, o epitalâmio, a elegia, a canção, etc.; porém, outras formas poéticas, ao longo do tempo, parecem “firmes”, exemplo o soneto e o romance… Mas temos de as ajudar ainda mais e retornar as que já foram…! Convido-te cordialmente a começarmos juntos por construir um soneto, depois um romance, depois um madrigal… até termos retomado todas… ou, também, ao mesmo tempo, inventado as nossas próprias estruturas.
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Os poetas modernos nunca atingirão o que os poetas clássicos arranjaram, ainda que isso não é, na realidade, o objetivo que procuram, mas outros, posto que ninguém, moderno ou contemporâneo, é, completamente, conhecido ou reconhecido como se diz e se faz pensar em muitas línguas, em muitos países, pois quantos deles verdadeiramente estão na memória da gente ou já fizeram alguma coisa que valha a pena a nível social ou cultural?
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Para ser sincero, o Mundo precisa agora do surgimento de novos poetas clássicos, e com isto, melhorar —em todos os sentidos— e mesmo enaltecer os clássicos que já não “existem”, estimá-los, defendê-los das multidões modernas que apenas deles se aproveitam, das suas obras, dos seus nomes—de acordo com distintos fins, muitas vezes lucrativos e desumanos… E ainda que eu quisesse evitá-lo, não podê-lo-ia fazer eu só —“um” contra milhares ou “um” contra todos? Isso parece impossível, mas que de alguma maneira seja mesmo viável.
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Eu não quero exprimir que sou contra a poesia atual ou em verso livre, ou que ela mesmo seja má, ou que seja uma arte sem valor, só que de certo modo é ínfima, alheia, maleável… e gera, com o passar do tempo, estragos, ardis, mutações e as consequências que se passam diante de nós todos… Basta hoje ver e observar poetas de mais, concursos de mais, prémios de mais, aplicações e instituições de mais… casas editoras de mais… que…
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Fiquem atentos a  cuentaunsoneto,  às  novas cartas e textos, e aos projetos. Somente me resta por lhes dizer… Escrevam um soneto diariamente e não deixem que nem a poesia nem os poetas modernos acabem com esta tradição!
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Pós-escrito:
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Esta é a primeira vez que uso alguma coisa alheia, que não é minha neste blog, o soneto de Lope de Veja, um sonetista clássico espanhol, a tradução feita por José Bento. Tudo aqui em cuentaunsoneto é meu, é criativo e original, uma situação que outros blogs  e “intelectuais” quisessem poder…
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Convido-te a deixares uma crítica, anúncio, opinião, denúncia ou comentário.
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Osfelip